Com o aumento da temperatura terrestre, empresas, órgãos públicos e residências estão cada vez mais utilizando o equipamento de ar condicionado. Paralelo com este repentino crescimento, houve a necessidade destes locais identificarem a qualidade do ar seus em ambientes climatizados.
O condicionamento do ar já era adotado desde a época da Roma antiga, em que casas possuíam aquedutos onde a água podia circular. E desde então, várias outras invenções foram sendo aplicadas, mas foi nos Estados Unidos em 1902 que a versão moderna do que conhecemos hoje do equipamento de ar condicionado foi idealizada por Willis Carrier. Sim, a marca Carrier que você vê em vários lugares estampada nos aparelhos de ar condicionado foi a pioneira na fabricação do ar condicionado. Inclusive, as marcas Midea e Toshiba destes produtos fazem parte do mesmo grupo. O sistema Inverter foi criado pela Toshiba em 1980.
O ar condicionado foi uma excelente ideia, mas o que a maioria das pessoas ainda não sabe é que este equipamento requer cuidados ligados à saúde e bem estar dos seus usuários, por um controle de qualidade do ar interior.
O assunto é tão sério que em 2003, a Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, criou a Resolução nº 9, de 16 de Janeiro, publicada no mesmo ano do Diário Oficial da União, que estabelece orientações técnicas sobre os padrões referenciais da qualidade do ar de interiores em ambientes climatizados.
A partir desta norma, estabelecimentos que possuem ar condicionado devem possuir um Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC) dos equipamentos. Por meio desta resolução, tornou-se obrigatório que estabelecimentos façam a análise da qualidade do ar em ambientes climatizados, seja em ambientes de trabalho ou de uso geral coletivo.
Os parâmetros contidos na análise do ar e permitidos conforme a lei são:
- Fungos: É inadmissível a presença destes.
- Dióxido de Carbono: a Taxa de Renovação do Ar adequada de ambientes climatizados será, no mínimo, de 27 m3/hora/pessoa, exceto no caso específico de ambientes com alta rotatividade de pessoas. Nestes casos a Taxa de Renovação do Ar mínima será de 17 m3/hora/pessoa, não sendo admitido em qualquer situação que os ambientes possuam uma concentração de CO2, maior ou igual a estabelecida em IV-2.1,desta Orientação Técnica.
- Temperatura: a faixa recomendável de operação das Temperaturas de Bulbo Seco, nas condições internas para verão, deverá variar de 230°C a 26°C, com exceção de ambientes de arte que deverão operar entre 210C e 230C. A faixa máxima de operação deverá variar de 26,50°C a 27°C, com exceção das áreas de acesso que poderão operar até 28°C. A seleção da faixa depende da finalidade e do local da instalação. Para condições internas para inverno, a faixa recomendável de operação deverá variar de 20°C a 22°C.
- Umidade: a faixa recomendável de operação da Umidade Relativa, nas condições internas para verão, deverá variar de 40% a 65%, com exceção de ambientes de arte que deverão operar entre 40% e 55% durante todo o ano. O valor máximo de operação deverá ser de 65%, com exceção das áreas de acesso que poderão operar até 70%. A seleção da faixa depende da finalidade e do local da instalação. Para condições internas para inverno, a faixa recomendável de operação deverá variar de 35% a 65%.
- Velocidade do Ar: o Valor Máximo Recomendável – VMR de operação da Velocidade do Ar, no nível de 1,5m do piso, na região de influência da distribuição do ar é de menos 0,25 m/s.
- Poeira Total: Pesquisa, monitoramento e controle de aerodispersóides totais (matérias particuladas). º 80 µg/m3 de aerodispersóides totais no ar, como indicador.
É importante ressaltar que a título de comparação, a análise microbiológica do ar é realizada tanto no ambiente interno, quanto externo.
Os sintomas mais comuns e doenças relacionadas ao ar condicionado são:
- Dor de Cabeça;
- Resfriado;
- Irritação na garganta, nariz e olhos;
- Infecções;
- Pessoas com rinite, asma e bronquite podem ter crises;
- Em casos mais complexos podem desenvolver inclusive pneumonia.
Segundo estudo divulgado na revista científica The Lancet, cerca de 800 mil pessoas morrem a cada ano devido à má qualidade do ar em seus locais de trabalho. Devido a estas consequências no corpo humano, a produtividade dos colaboradores é afetada diretamente. É preciso levar em consideração também o desconforto que causa nos clientes, pois, a falta de manutenção de ar condicionado faz com que os mesmo queiram ficar menos tempo no estabelecimento, causa um marketing negativo e, como resultado, as vendas tendem a diminuir.
Somente com o monitoramento da qualidade do ar em ambientes climatizados é possível identificar os problemas invisíveis que influenciam no dia a dia das empresas e demais locais públicos. Com a posterior limpeza do ar condicionado e ajustes no ambiente e estrutura do local, há uma perceptível redução do consumo elétrico e aumento da vida útil do equipamento.
Você pôde perceber quais os fatores que afetam a qualidade do ar interior e a importância da limpeza e manutenção do aparelho. Agora, é a sua tarefa informar aos seus amigos, colegas de trabalho, superiores e familiares tudo que você aprendeu sobre este assunto que é de interesse de todos.
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Por Rangel Gomes
Imagem: Pixabay
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