Assim como o oxigênio, a água é um elemento de grande importância para os seres vivos e o meio ambiente como um todo. Cerca de 70% do corpo humano é composto por água e sua participação em nossa estrutura física se dá pela regulação da temperatura, contribui para as reações químicas, transporte de nutrientes e outras substâncias, digestão de alimentos, eliminação das substâncias tóxicas e excessivas do corpo.
Nosso contato com a água doce é através de várias formas: das chuvas, de rios, lagoas, lagos e riachos, poços artesianos, semiartesianos e cisternas, além de canalização originada de unidades de estações de tratamento de água até às nossas casas.
Todavia, nem toda população terrestre tem acesso a água tratada. Segundo dados da OMS – Organização Mundial da Saúde e da UNICEF – Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para a Infância, em português, cerca de um terço da população mundial, ou seja, 2,1 bilhões de pessoas, não possuem água potável em suas residências e mais que o dobro não tem acesso a saneamento seguro (4,4 bilhões). Segundo dados do Ministério da Saúde, no Brasil há cerca de 35 milhões de pessoas ainda não tem acesso à água potável.
A água contaminada é uma das principais causas de doenças no mundo, principalmente, em zonas rurais, onde faltam estruturas governamentais ou recursos financeiros dos moradores para instalação equipamentos capazes de tratar a água.
Com isso, vamos citar agora, algumas das doenças de veiculação hídrica, ou seja, doenças causadas pela água contaminada e como evitá-las.
O que é uma doença de veiculação hídrica?
De maneira concisa, são doenças transmitidas pela água contaminada através de bactérias, vírus e parasitas. Estes microrganismos patógenos são nocivos à saúde humana e/ou animal em vários graus, causando doenças leves a até graves, levando à morte.
Estes problemas de saúde podem aparecer após a ingestão de água contaminada, mesmo estando visivelmente límpida ou pelo contato com água de piscinas coletivas sem o tratamento com cloro adequado.
O assunto é tão sério que é classificado como problema de saúde pública e ambiental, pois, grande parte destas águas contaminadas são consumidas pela população local, incluindo crianças, adultos e idosos, pressionando o sistema de saúde e o desenvolvimento socioeconômico da região.
A principal característica das doenças de veiculação hídrica está relacionada à sua alta transmissibilidade, tanto do contato direto com o elemento (água) e alimentos contaminados, quanto a possibilidade de contágio dos agentes de pessoa para pessoa.
O Ministério da Saúde/ANVISA considera a água potável, sob o ponto de vista microbiológico, quando há ausência de Coliformes Totais e Termotolerantes.
Há também as doenças de origem hídricas, ou seja, que são aquelas causadas por determinados substâncias químicas, orgânicas ou inorgânicas presentes na água em concentrações inadequadas (excesso de chumbo na água, agrotóxicos, nitritos e outros).
Como a água pode transmitir doenças para o ser humano?
Há diversas formas de transmissão das doenças de veiculação hídrica. A principais delas são a ingestão e uso de piscinas coletivas públicas.
Beber água sem conhecer a procedência deve ser evitado. Mas, sabemos que em certos locais não há suporte do poder público ou este suporte é deficitário, como vemos em notícias na internet ou na TV sobre saneamento básico no Brasil e no mundo.
Muitas pessoas sem acesso à rede distribuição de água potável a consomem provenientes de chuvas, lagos, rios, nascentes sem o tratamento adequado. Estas águas podem estar contaminadas com produtos químicos e/ou microrganismos vivos capazes de causar danos à saúde humana e animal.
Outras doenças de origem hídrica podem aparecer através de banhos em piscinas coletivas, como em clubes, academias e hotéis, muito comuns em épocas de calor.
Quais são as doenças hídricas?
As principais doenças de veiculação hídrica por consumo ou contato com a água são:
- Amebíase: conhecida também como disenteria amébica, é uma infecção causada por ameba Entamoeba histolytica. É uma doença adquirida por contato com água, alimentos e pessoas contaminadas. Seus principais sintomas são abdômen sensível ao toque, dor e cólica abdominal, febre, forte diarreia, perda de peso, presença de sangue e/ou muco nas fezes.
- Cólera: é uma das doenças mais conhecidas da população, devido à facilidade de se adquirir pela água sem tratamento adequado ou em até alimentos. É causada por uma bactéria chamada de Vibrio cholerae e seus sintomas comuns são a diarreia, câimbras, dor abdominal, desidratação e choque.
- Esquistossomose: popularmente chamada como “xistose”, “barriga d’água” ou “doença dos caramujos”, é outra enfermidade proveniente de água não-potável. O parasita Schistosoma mansoni é transmitido quando uma pessoa infectada elimina ovos do verme em água e outro indivíduo entra em contato com esta água.
- Febre Tifoide: Patologia causada pela bactéria Salmonella enterica sorotipo Typhi, seus prognósticos são febre alta, dor de cabeça, mal-estar geral, dor na barriga, falta de apetite, bradicardia (diminuição da frequência cardíaca), esplenomegalia (aumento do baço), manchas rosadas no tronco, tosse seca, dificuldade para evacuar ou diarreia. Também é propagada pela água e suas consequências podem levar à morte.
- Giardíase: mal causado pelo protozoário Giardia duodenalis (G. lamblia, G. intestinalis). Assim como as demais, é obtido pela água em condições inadequadas para ingestão e alimentos. Os sintomas podem incluir cólicas abdominais, flatulência, distensão abdominal, náuseas, eliminação de fezes gordurosas e fétidas, perda de peso e diarreia.
- Hepatite A: Causado pelo vírus HAV, sua forma de transmissão acontece quando o agente infectado libera o vírus em água ou alimentos e estes são consumidos por outros indivíduos. Seus sintomas são cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
- Leptospirose: As doenças transmitidas pela água contaminada e seus sintomas são muito graves. E, a última que elencamos em relação a consumo é a Leptospirose. Bastante comum em épocas de enchentes ou com falta de saneamento básico, é ocasionada pela bactéria Leptospira. É disseminada pelo contato do ser humano com água ou alimentos que contém xixi de ratos. Outros animais infectados também podem transmitir desta forma e seus indícios são febre alta que começa de forma repentina, dor de cabeça, dores pelo corpo, principalmente na panturrilha, costas e abdômen, perda do apetite, vômito, diarreia, calafrios e olhos vermelhos.
Já algumas doenças que podem ser transmitidas pelas piscinas públicas sem o nível de cloro, manutenção e limpeza adequada são:
- Candidíase: Provocada pelo fungo Candida albicans e bastante conhecida entre as mulheres, mas não restrita aos homens, esta infecção causa coceira, secreção e inflamação na região da genitália e é uma das doenças facilmente transmitidas em piscinas públicas sem o devido tratamento.
- Conjuntivite: inflamação na região branca dos olhos (conjuntiva). Este distúrbio é causado por vários tipos de agentes, desde físicos, químicos a microbiológicos, como por exemplo, calor intenso, contato com gases, exposição à raios ultravioletas, produtos cáusticos, vírus, bactérias e fungos. Seus sintomas, além da famosa vermelhidão dos olhos, são o lacrimejo, prurido e sensibilidade à luz (fotofobia).
- Dermatite: já a dermatite acomete várias partes do corpo, sexo ou idade. Existe vários tipos de dermatites, mas iremos citar neste artigo a causada por contato com a água contaminada. Chamada de dermatite de contato, esta inflamação se manifesta com coceira, erupção cutânea, vermelhidão, manchas e descamação da pele. Sua principal causa é o excesso de cloro.
- Micoses: as piscinas são ambientes ideais para a proliferação de fungos e o cloro tem justamente a função de impedi-las. Se esta substância está acima da quantidade ideal, causa alguns tipos de problemas aos usuários, se está abaixo, pode acarretar, inclusive, em micoses. Seus sinais de aparecimento são coceiras, lesões vermelhas e descamativas, escurecimento ou clareamento de certas regiões da pele, corrimento ou coceira genital e mudança na coloração e na forma da unha.
- Otite externa: considerada uma enfermidade grave, ataca a pele do aparelho auditivo e é gerada normalmente pelas bactérias Pseudomonas. É capaz de causar dores intensas e latejantes, sensação de entupimento do ouvido, perda parcial da audição, secreção e coceira no local.
- Verrugas: é possível adquirir verrugas em piscinas mal higienizadas e são causadas por um vírus ou moluscos e é comum entre crianças que andam descalças em bordas de piscinas.
Reforçarmos que, havendo qualquer um dos sintomas descritos, procure um médico imediatamente e o informe que pode ter consumido água sem tratamento ou alimentos possivelmente contaminados. Um simples banho com água contaminada também pode causar certas doenças. Agora, após citarmos algumas doenças de veiculação hídrica, confira como podemos preveni-las.
Como evitar doenças causadas pela água contaminada
É muito importante sabermos como podemos evitar que doenças sejam transmitidas pela água. Com informações corretas e de fontes de confiança, podemos repassar aos nossos amigos, familiares e colegas de trabalho conhecimento sobre este assunto. A prevenção é o melhor remédio e há maneiras adequadas para o tratamento de água para consumo humano e animal.
Em empresas ou residências localizadas em zonas rurais, é comum a captação de água através de fontes subterrâneas e superficiais para estes fins, seja pela redução de custos, devido ao sistema público da cidade que não chega até o local ou mesmo carência de chuvas na região.
A obtenção de água de poços artesianos, poços semi-artesianos, cisternas, nascentes, rios, riachos, lagoas, lagos é uma excelente alternativa, mas, consumir esta água diretamente sem o tratamento adequado, pode gerar as doenças anteriormente citadas. O grande motivo é o desconhecimento das substâncias que esta água teve contato no caminho.
Mesmo que a água pareça límpida, é provável que a mesma carregue vírus, bactérias, protozoários ou substâncias químicas invisíveis a olho nu que podem levar consequências à saúde. A solução para estes problemas é a realização de análise físico-química e microbiológica da água.
Um laboratório de análises ambientais certificado pela ISO 17.025:2017, realiza a coleta da amostra em frascos esterilizados e com temperatura e tempo adequados para preservação de suas características. Alguns parâmetros já podem ser analisados no próprio local, a depender do tipo de análise, como pH e cloro.
Após os ensaios laboratoriais, o laudo da qualidade da água é emitido, contendo os resultados dos parâmetros e a referência de limites permitidos. Com base neste laudo, é possível saber quais as contaminações da água e as soluções para seu tratamento.
Uma destas soluções é a instalação de clorador/dosador de cloro. Este equipamento dilui as pastilhas de cloro à medida da vazão da água, controlado por uma válvula de regulagem. Após a instalação do clorador/dosador de cloro, é necessária a realização das análises periodicamente, para conferir se o sistema está funcionando devidamente.
Antes de perfurar, instalar o dosador de cloro e realizar a análise de água, é necessário possuir, junto aos órgãos ambientais competentes, a outorga da água. É mediante deste mecanismo legal que dá ao usuário o direito de uso da água subterrânea ou superficial. Não possuir a outorga, pode fazer com que o proprietário do local seja enquadrado em crime ambiental.
O controle de qualidade da água tem fundamental importância para a garantia da saúde e bem-estar das pessoas, principalmente das crianças, pois é sabido que as doenças originadas pela água são mais comuns nelas.
Neste artigo você conheceu sobre as doenças de veiculação hídrica, mas, o ar também pode causar doenças respiratórias graves. Se você também se preocupa com a sua saúde, da sua família e de seus colaboradores, recomendamos a leitura destes artigos presentes em nosso blog ambiental: Riscos biológicos no trabalho e em casa: como se prevenir, A qualidade do ar climatizado pode aumentar a produtividade e até as vendas, O que podemos aprender em relação ao meio ambiente com o coronavírus? e Fumaça preta de motores a diesel: saiba como fazer uma avaliação correta.
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